quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Cálice

A simetria divina dos ombros
   Induz ao mistério do conteúdo.
Eis o coeficiente dourado do Belo
Que subjaz o significado de Tudo.


O toque das peles dilatando os poros
A integridade física que se desintegra.
Transmuto-me nela  e sinto o meu Eu
Verdades que a vã filosofia não prega.


O Sagrado Feminino me despersonaliza
Conduzindo-me  ao Sublime Patamar.
Para onde vão aqueles que perecem
Após as correntes do Letes nadar.


Pupilas dilatadas e lânguidas
Desprezam a extrínseca luz.
O brilho no qual elas miram
É da alma e Verdades produz.


Estado fugaz que domina a intuição
Débeis agora são a palavra e a lógica.
Porém convulsões orgânicas anunciam
Que terei uma pequena morte despótica.


Nesse momento eu me aproximo de Deus
E faço parte do Amor  que concebe a Vida.
Enfim derramei o vinho no misterioso cálice
E a Charada Existencial foi então pressentida.

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