quinta-feira, 3 de agosto de 2017

O ateu na cruz

O jovem ateu “espiritualizado”  
Ergue pedras e corta madeiras. 
Farto das humanas instituições 
Procura as noções verdadeiras.

Ele abre os livros, exaurindo a metafísica, a filosofia e os credos de toda sorte 
Pois obstinado está em descobrir  os segredos de uma existência após a morte.
Ou quem sabe intuir  os desígnios subjacentes ao funcionamento desse mundo
Reificado pelo caos das convenções dando origem ao nosso niilismo profundo.


   Oh, razão e linguagem estéreis!
   Inútil todo humano expediente.
     Sem  decifrar o Silêncio Divino  
    Ele vacila e seu desespero sente.

    Antes de encontrá-la pela lógica
     A Verdade surge na sua intuição.
     E o jovem é agraciado  por Deus
     Por ateu busca-Lo na sua aflição

      O Bem, o Mal e a Quietude cruel
      Já são ideias gratas à sua ciência.
     Aludem ao livre  arbítrio pessoal
     E  livram o ser da  conveniência

    A vida lhe  inspira novos sentidos
      Dádiva dos que alcançaram a Luz.
     A Razão do mundo lhe é tão óbvia
      Que capaz é de morrer numa Cruz.

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